Poesias de Fevereiro de 2019

Apologia da solidão


Em meio à multidão,
diluído na incerteza dos conflitos,
respirando angústias,
deixo de ser eu mesmo para ser todos.

Em meio à multidão,
perco a unidade,
ganho alma urbana.

Em meio à multidão,
absolvo se aquele olhar me pareceu sereno,
condeno se aquela voz não me agradou.

Em meio à multidão,
aprecio,
repudio,
admiro,
menosprezo,
aponto desapontos.

Em meio à multidão,
deixo de ser alguém.

Estando só, reintegro-me.
No isolamento, volto a ser gente.
Na solidão, sou todos sem que precise ser alguém.


Wanderlino Teixeira



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"ORAI E VIGIAI"


Quando oramos, a Fé prevalece;
Não esgota, porém, a importância.
Evitemos ficar só na prece;
A nós, temos que impor vigilância.

Jesus disse: "Orai e vigiai",
E nos cabe seguir esse alerta!
Vem do Mestre, é repasse do Pai;
Benfazeja lição à hora certa!

Não devemos tomar variantes
Que nos tirem da senda do bem.
Precisamos estar vigilantes
Junto às Leis imutáveis do Além.

A oração é o profícuo contato,
Que nos deixa os Céus em sintonia.
Seu efeito nos traz de imediato
Esperança e nos tira a agonia.

Vigilância, que forte ingrediente
Para nossa reforma interior!
Instrumento de ação recorrente
Para estrita obediência ao Senhor!


Ógui Lourenço Mauri

Catanduva (SP) 20/08/2018


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ENERGIA


Sons divinos transportam
minha’alma por dimensões...
Ausência de matéria
faz do corpo energia
sem forma ou cor
apenas enxames de
minúsculas partículas reluzentes.

Movendo-se unidas de
um ponto ao outro
sem que a gravidade
a transforme em pó
ao chão.

Flutuam ...
Energizando todo campo
de tulipas amarelas
nesta manhã.

Pássaros ao longe
vozes celestiais
transcendem
preenchendo vãos obscuros
do pensamento em desalinho
trilhando caminhos desconhecidos
acolhidos pelo amor ou desamor.

Sinos badalam sós
monges oram apenas pela luz
peregrina revoada de energia
em suas mentes
repetem em uníssono
a súplica pela paz
pela sabedoria do amor
e compaixão esquecida
abandonadas nas periferias do mundo...


Ligi@Tomarchio®


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Chuvinha boa


As pranta tá tudo rino!...
Tão se abrino todas frô!...
As fôia tomaro banho.
É qui Deus, bem lá de riba,
cum água fresca e limpinha,
tá usano o regadô.

A terra tava cum sede.
Tudo seco, impuerado!...
Os rio tava rasinho!...
Inté as pedra se via.

As cigarra tão cantano,
as andorinha vuano,
os sapo tão coaxano
e as criança den’di casa
tão na jinela ispiano!...

Coisa boa essa chuvinha!...
Lava as rua, as carçada,
lava a areia da praia,
dá de bebê às prantinha...
Chuva boa pra drumi,
refrescá esse calô!...

É uma chuva abençuada
qui mandô Nosso Sinhô!...


Neide Barros Rêgo


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QUANDO O SONHO É VERDADE


Não se tira um tostão
de  um sonho que gira
em rotação,
de estação em estação
e a vida nos inspira.

Não o queremos melhor,
queremo-lo tal qual é.
Seu nome temos de cor
e sempre nos é maior
do que a própria arte  até.

Um sonho, quando é real,
é  nossa atração suprema,
é cerne do ideal,
que a nada nos é igual
e a si próprio nos algema.

Quando o sonho é verdade
não  nos fere, é sempre terno,
extrapola a realidade
e é doce até na saudade
e é lindo por ser  eterno.


Geraldo Generoso



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