Poesias de Dezembro de 2018

NATAL


As estrelas caíram no oriente
Porque em Belém um Novo Rei nascia,
Rei que a voz da Verdade em Si trazia,
Rei do Futuro, Rei eternamente!

Rei que não quis um trono imponente
Feito do imposto, Rei sem Monarquia,
Teve por berço humilde estrebaria,
Rei da Paz, imortal, Benevolente!

Foi condenado, mas não condenou;
Para estas trevas trouxe o olhar da luz,
Do mundo odiado, mesmo assim o amou!

Rei eterno e imortal só foi JESUS!
– Único REI que a morte respeitou,
REI DOS RESIS QUE POR CETRO TEVE A CRUZ!


Geraldo Generoso


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Papel de seda



Rastros de recordações,
umas canções de dor de cotovelo...
Tudo se desfia de um novelo,
tudo se mostra tão suave
feito o voo solitário de uma ave.
Tudo esmaece,
parece não acontecer.

O sino soa triste
e a tepidez do sol a tudo assiste
neste entardecer.


Wanderlino Teixeira



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OÁSIS


Das liras do passado
nos descaminhos em desalinho
estranhas tiras de amor
sonho desfeito
o portal que se fecha.
Dragados pela utopia
do ser e nada ser
azedume no olhar.
Na paisagem cega
há um oásis
miragem do desespero.

Vã esperança...

Grande vácuo
alados momentos negros
ausência de perfume e cores
pensamentos em vôo livre
dissonância arrogante
feito concha
escondidos mas incontidos...
Não há mais tempo!


Ligi@Tomarchio®


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POBRE CRIANÇA, NUM CANTO!


Foste concebida à rua,
Debaixo dum viaduto;
Por conta da sina tua,
Da miséria, és o produto.

És tão pobre, criatura!
Tão jogada no teu canto;
Tua apoucada figura,
A ninguém provoca espanto.

Mártir, face à cor da pele,
Não conta com ato nobre;
Quem tem poder te repele,
Ignorada por ser pobre.

Esse teu coraçãozinho,
Que ainda bate perfeito,
Nunca recebeu carinho;
Só de quem te deu o peito.

Mas, quem assim procedeu,
Não teve toda a estrutura.
A delinquência a venceu,
Por conta doutra aventura.

Sobraste, então, ao relento,
Integrando o pelotão
Dos que têm por alimento,
De poucos, o coração.


Ógui Lourenço Mauri
Catanduva SP, 20/11/2018


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Margaridas

 

Crescendo na beira da calçada,
sob um muro velho e encardido,
surgiu hoje cedo em minha alçada
um ramo de flores, meio escondido.

Parei para apreciá-las sem pressa,
pois me traziam afáveis lembranças,
os vultos passavam por mim depressa
ignorando o buquê em suas vizinhanças.

Suas pétalas tão alvas e delicadas
simbolizam perfeição e simplicidade,
são plantas lindas e muito obstinadas,
que resistem em completa adversidade.

Quando volvi pela mesma avenida,
voltei a contemplá-las alguns minutos,
de confiança minha mente ficou munida
para amanhã oferecer-lhes meus tributos.

 

Lupércio Mundim


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CAMINHANTE

 
Vou pela vida afora, Vou.  
Tantas andanças no outrora, o caminho é agora.
 
Olho para trás. O que passou, passou. O que ficou, ficou.
E o que se foi, acabou.
Sonhos sonhados, não-realizados. Não tinham que ser,
por isso não foram.
 
Olho para a frente. Minha sorte, meu norte, minha morte. 
O ontem pode ser o hoje reajustado. E o amanhã é daqui a pouco.
Vou daqui pra lá, de lá pra cá em busca do infinito benfazejo.
 
Olho para o alto. Meu bálsamo, minha força, minha bússola. 
Os mistérios que os olhos não veem, mas que à sensibilidade calam.
 
Olho para os lados. O que vejo? Quem eu vejo? Quem me acompanha?
Eu me acompanho. Com todos os defeitos e virtudes.
 
Olho para baixo. Vejo meus passos caminhantes, rumo ao porvir, ao que há de vir. Passos que conduzem a vontade do ontem e do hoje rumo ao amanhã.
 
Olho para dentro.
Vejo o que de fora não se vê
Vejo e sinto a vida que vai passando qual vela que se consome
alheia ao esforço ou à alegria. Preciso caminhar em mim mesma.
 
Ontem, hoje e amanhã.
Momentos idos e vividos. Momentos que estão chegando.
Busca incessante.
Ontem, hoje e amanhã. Três atos na vida de um caminhante.


Regina Coeli




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Criado em 1º de Dezembro de 2009