Poesias de Novembro de 2018

Relembrando Tennessee Williams


Arauto da autoilusão,
hospedeiro dos fracassados,
poeta da frustração,
dramaturgo dos derrotados.
(Na essência, menestrel da antiga decência).
Morto por asfixia num quarto de hotel,
solitário e esquecido,
deu guarida à frase um dia proferida:
"Façam o que quiserem com o paradoxo da minha vida,
fiz um esforço enorme para lhe dar sentido".


Wanderlino Teixeira



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PALAVRA DA HORA


De onde virão
as horas que escoam
pelo ralo sem sifão
das semanas que voam?

São vivas...ó, se são.
No relógio ressoam
como uma canção
que os ponteiros entoam.

Chegam mansamente,
sem qualquer alarde.
Ora frias, ora quentes.

Como fogo que arde
ou águas fluentes
a escorrer na  tarde.


Geraldo Generoso


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ESCUTA TEU CORAÇÃO!



Todos nós temos problemas,
São ajustes do pretérito;
Não cries, pois, teus dilemas,
Só assim tu terás mérito!

Não te deixes envolver
Por acenos ao redor;
Se, de dentro de teu ser,
Vier intuito melhor.

Escuta teu coração,
Pois é nele que Jesus,
Atento a tua oração,
Ali te faculta a Luz.

Acredita, busca a calma;
Usa a força interior!
A Deus, liga tua alma
Pelos enlaces do amor!

Com Ele, tudo é factível,
Conte com o Pai Celeste!
Diante do teu impossível,
A força dEle é inconteste!


Ógui LourençoMauri
Catanduva SP, 04/agosto/2018


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LOUROS


Nunca mais os verei louros
atentos ao tempo
brancos, perseguem os louros
da sábia fama eterna

Ardente chama
desalento, lento
desvão encoberto
por tristes vidas, idas.


Ligi@Tomarchio®


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ILUSÃO DE AMOR


Eu solfejei uma ilusão de amor
Tão minha, e só a mim interessou.
E tão fugaz, que o coração chorou
O sol morto antes mesmo de se pôr.

Eu solfejei uma ilusão de amor
Etérea como a flor que despencou
Do galho, sem perfume, e evaporou
O roçar do seu lindo beija-flor.

Vem de longe o solfejo amanhecido
Num tom funesto que minh'alma intui
De um jamais ser, pois nunca houvera sido...

Se é só ilusão o que nas veias flui,
Não o será neste epitáfio lido:
Eu só cheguei a ser o que não fui.


Regina Coeli


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Chuva


De repente uma aragem fresca
 sopra na tarde quente e pitoresca,
os pássaros voam de galho em galho
como se procurassem melhor agasalho,
as pessoas apertam o passo nas calçadas,
suas apreensões a cada minuto são realçadas.

As palmeiras as suas folhas agitam
e seus troncos um pouco se ajeitam,
olhei para o céu e vi as nuvens correndo,
parece que o universo está me atendendo;
logo começo a escutar o ruído tão agradável
de gotas colidindo na janela em folia inacabável.

O aguaceiro suaviza o clima abafado
deixando o solo temperado e borrifado,
toda criatura vivente do planeta agradece
e, contemplando a maravilha, se emudece,
sempre que a vejo fico feliz, mas sinto a ânsia
de nela não poder me banhar como na infância.

Trata-se de uma dádiva da natureza
que nos é disponibilizada sem avareza,
lembro-me de ficar muito tempo olhando
o temporal a terra seca e sedenta aguando,
as plantas e árvores pareciam gratas e felizes
não se importando se isto deixou alguns infelizes.


Lupércio Mundim



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