Poesias de Agosto de 2018

ADEUS: PALAVRA QUE NÃO SE ESCREVE


Lá longe o horizonte, enquanto a água aqui,
Tranquila refletindo a nossa imagem vai
A passar, devagar sob a ponte e nos   cai
Uma folha, uma flor e caímos em si.

O tempo corre e não vês, e nem eu vi
Que a noite já vai alta, a lua sai
Por entre as nuvens e o orvalho esvai
Rolando pela relva, o sol já nos sorri.

Dizer adeus é falso juramento,
Pois quem o diz, no íntimo se esquece
Que não há distância para o sentimento.

Em horas de partir diga “Até breve”;
Até quando surgir do céu outro momento:
Adeus a gente diz, mas nunca escreve.


Geraldo Generoso



Barra


Sem mais nem menos.



Surgiu do nada o aroma de goiabada,
doce recordação da casa dos avós.

Há certas coisas sem explicação.
Melhor não tentar desatar seus nós.


Wanderlino Teixeira



Barra


O SILÊNCIO



Fala só o necessário,
Põe-te mais para escutar.
Todo excesso é temerário
Quando fores te expressar.

Que teu verbo seja apenas
O sopro de teu amor.
Que sejas tu o mecenas,
Ao invés do delator

Não sabemos, por completo,
Dos problemas de um irmão;
Já o silêncio está repleto
De todo o alcance cristão.

Nos atos do dia a dia,
Não julgues os semelhantes;
Nem Jesus assim agia
No trato com meliantes.

O Mestre deixou a lavra
De, antes do ato, refletir.
Jamais faças da palavra
Instrumento pra ferir.


Ógui Lourenço Mauri

Catanduva SP, 11/07/2018


Barra


FILOSOFIA DE MENINA I


Corpo etéreo de menina
sentada num toco de universo
entre estrelas ondulantes
pensa ou descansa.

Sobrepõem sua imagem
trópicos fugazes
pensamentos sobrevoam
seu vestido de flores.

Não há cores
somente florestas
espaços, compassos
ao som do imaginário.

Seu corpo cansado
a cabeça pende
sobre a mão
deslizante, úmida.


Ligi@Tomarchio®



Barra


QUEBRA- CABEÇA



Estou armando um quebra- cabeça.
Pedaços de amor
de felicidade
de alegria,
Recortes de sonhos,
de ilusões,
Fragmentos de desamor,
de desventura,
de saudade.

Acabo de montar
esse quebra- cabeça.
Entre surpresa e admirada,
encontro o retrato da vida.


Leda Mendes  Jorge



Barra


BENDITA LOUCURA


Mas que sensação bendita
que nos cala e nos agita,
nos envolve e nos excita,
quando a ideia surge e grita
que precisa ser escrita
porque é, de fato, bonita!

Ou quando a gente procura
construir uma figura
nova, simples, bela e pura,
de alegria ou de amargura,
de rebeldia ou doçura...
É uma bendita loucura!


Neide Barros Rêgo


Barra


DO OLHAR AO VER


Pensar no efêmero
como se efêmero não fora
é olhar, mas não é ver. 

Desacreditar do amor pelo que se quis querer
e não se ter querido, 

buscar a paz nos sobressaltos nascidos
da fome de ter paz, 

impor aos gritos o que  poderia ser aceito entre sussurros
é olhar, mas não é ver.

Pensar no efêmero
como se efêmero não fora
é captar a vida apenas através dos olhos,
subtraindo  à sensibilidade o dom maior de revelar.


Regina Coeli



Voltar!





Webdesigner: Lupércio Mundim
Poetic Soul Counters

Criado em 1º de Dezembro de 2009