Poesias de Dezembro de 2017

Irmãs siamesas


A tarde debulha sombras,
a noite desembrulha assombros.
Reciclar alegorias e adereços
recai sobre os ombros da manhã,
artesã dos recomeços.


Wanderlino Teixeira



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NATAL


Brilhou forte uma estrela  no Oriente
Quando em Belém o Novo Rei nascia.
Rei que a voz da Verdade em Si trazia,
Rei do futuro, do passado e no presente.

Rei que não quis um trono imponente
Feito do Imposto, Rei sem monarquia,
Rei , cujo berço foi modesta estrebaria,
Ser  divino que Deus nos fez em gente.

Foi condenado, mas não condenou;
A um mundo em trevas trouxe o olhar da luz,
Pelo mundo odiado, mesmo assim o amou.

Rei eterno e imortal só foi Jesus:
Único Rei que morte respeitou,
Rei dos Reis que por cetro teve a Cruz.


Geraldo Generoso


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Natal! Natal! Natal!


Pai, faze que este Natal
seja pra todos igual.
Afasta-nos das doenças,
que só nos trazem descrenças.
Transforma o “Salário fome”
no “Mínimo” que lhe dá o nome.
Irmana os homens num elo
e torna o mundo mais belo.
Em vez da atual mordomia
que cresce dia, após dia,
na mesa do nosso irmão
ao menos coloca o pão.
Eis meu pedido Senhor:
Faze um Natal só de amor!


Delcy Camalles


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PARTÍCULAS DE VIDA


Meu ser
em átomos esbarra
sentimentos múltiplos abordam
minh’alma distraída.

Devaneios consomem
desvão sem alarme
desconectado da realidade
dorme e sonha.

Luar frio e disforme
arrebata visão
distorce realidade
encanta câmeras discretas.

Negra noite acalma
ausente a luz
sombras encontram pares
amam olhares perdidos...

Rua clara
luar manto prateado
imanta corações calados
no rumar do tempo.

Alento par’alma
fria, calada
quer luz
encontra breu.

Consente o amor ausente
real dissipado etéreo
eterno pensar
mundo adormecido
morto.


Ligi@Tomarchio®


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NATAL


Quando penso no Natal,
recordo Jesus-Menino,
tão frágil, tão pequenino,
a sorrir, na manjedoura.
No presépio, a seu lado,
penso em Maria e José,
a mais Sagrada Família,
imagem de amor e fé.

Imagino aquela estrela,
tão alta, brilhante e bela,
a guiar os Três Reis Magos
pela estrada de Belém.
E me lembro dos presentes,
da família reunida,
dos pinheiros enfeitados,
de luzes, bolas e cores.

Meu pensamento vagueia...
Dentro das casas fechadas,
vejo crianças felizes,
tão bem vestidas, amadas!...
De repente, me entristeço
ao recordar que, lá fora,
há pequeninos carentes,
que não têm felicidade
nem no dia de Natal.

Dois mil anos se passaram!
E nos lembramos, apenas,
de dar, no mês de dezembro,
a esses pobres meninos,
uma noite de alegria.
Quem dera
fosse Natal todo dia!...


Neide Barros Rêgo

(para Cloris Galvão Menezes - 1992).


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REFUGIADA



Refugiada, mais parece um resto humano
a correr pros rumos do nada, perdida!
Para trás, ficam temor e desengano;
vendo à frente só esperança carcomida.

Traz no rosto toda a imagem do indigente
que perdeu tudo pra ter chances de vida.
Por soberba do abastado indiferente,
tem a face a revelar dor incontida.

Bem distante ficou a terra natal
e, da prole, desconhece o paradeiro.
Tão sozinha, pelo bem e pelo mal;
sem destino, correrá o mundo inteiro.

Os conflitos ideológicos, sem nexo,
incabíveis neste estágio do planeta,
mostram, num mundo difícil e complexo,
trajetórias feitas dum lar à sarjeta.

Se as pessoas ricas têm seu epicentro
na fortuna e sem ações de caridade,
temos que refazer o "homem de dentro",
praticando, com vigor, fraternidade!


Ógui Lourenço Mauri

Catanduva SP, 26/11/2016


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O PÁSSARO DO AMOR



No rigor do teu inverno
As tuas penas vesti,
Abrandando o teu inferno
De um fogo que em mim senti.  

Voei pra tua janela
Fria, sem cor e sem sol,
E minh'alma sentinela
Cantou como um rouxinol.  

Cantei, o peito abrasado
De ternura e de ilusão,
Fiz-me tão apaixonado,
Que queimei meu coração.  

De manhã cantava eu,
Mais quando vinha a tardinha,
E à noite que escureceu
Eu dava a luz que era minha.  

Pra te ver feliz, cantei
Quando minh'alma chorava,
Fugindo da minha lei,
Que a tua me comandava.  

Me anulei, perdi o encanto
E o sol que acendi pra ti
Não secou este meu pranto
Do tanto que eu me esqueci.  

Porque sou rouxinol triste,
Calo o canto e lanço o olhar
Ao minuto em que partiste
De mim e do meu chorar.

Da janela vou voando
Pra buscar um outro ninho,
Porque amar é melhor quando
o amor não ama sozinho.


Regina Coeli




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