Poesias de Novembro de 2016

Brumas


Fora das fronteiras dos meus álbuns de retratos,
por onde andarão meus mortos?
Em que mares, em que portos?


Wanderlino Teixeira


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A PRÁTICA DO BEM



Fazer o bem não implica
Ser de posses detentor,
O Divino Mestre explica
Que o maior bem é o amor!

Vamos repartir o pão
Nas pegadas de Jesus,
Passemos pra nosso irmão
Amor em troca de  Luz!

Pratica o bem sem a busca
De vantagens decorrentes,
Visto que a ganância ofusca
As ajudas aparentes!

Faz o bem sem manifesto,
Dá sem olhar a quem.
Cada qual recebe o gesto
Com o coração que tem!

Elimina a ostentação,
Vê quem tem necessidade;
Só teremos salvação
Praticando a caridade!


Ógui Lourenço Mauri

Catanduva SP, 23/10/2016.


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VIAJEM


Viajando no trem da vida
passo pelo tempo.
Ou é o tempo que passa?

Curto o sonho, a realidade
sem saber de mágoas e dores
É bom colorir a vida
São várias as nuances

Se houver quedas
caio mas levo nos braços
a subida
E subo feliz

Felicidade depende
do muito, do pouco
cobrar, pedir, sonhar
de cada um

A vida é uma filosofia.


Leda Mendes Jorge Aidar



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ECOS DA INSENSATEZ



Flores voando
pássaros plantados no montes
remotos, enevoando pensamentos
da loucura doce do amor.
Qual a dor resiste
ao clamor de um coração
que voa apesar do chão?
Pura demência feliz
do poeta, ator, atriz
cantando, dançando, voando...
Ecos da insensatez pura
da criança imatura, real
princesa do Olimpo
sem catástrofes nem lágrimas!
Ela vive agora e sempre
um voar sem nuvens
o vago olhar dos insanos
as correntes leves do som imaginário
a soberania dos humildes...
Vê tudo a serviço do Universo
serve e serve-se dele
canibal que é
alimenta-se de si mesma!
Da gruta soa ao longe
ecoando na vastidão da existência
sua voz rouca, frenética
saudando a grande incógnita
da vida e morte a se descortinar
no âmago da Terra.


Ligi@Tomarchio®


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LEMBRANÇAS LAVADAS


Sentado ao pé da mangueira
Num ócio inofensivo,
Ainda meio criança,
Como se é a vida inteira.

Ouvia aqueles casos
Das bocas das lavadeiras,
Ali, longe da cidade
Tão farta em seus acasos
E não poucas novidades.

De repente num arranque
A bica vira torneira,
A tina se faz em tanque,
Faz-se em borracha a mangueira.

O que resta a contemplar<
Muda é a lavadora
Num quieto nada falar
E a quem basta a água e o sabão.
E o apenas roupas lavar
Sem pôr a alma nas mãos.


Geraldo Generoso


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MINHA PENA


Busco-me no silêncio que aproxima
a causa de um efeito indesejado
num erro cometido sem pecado,
na voz que. de repente, subestima.

Dizer é sempre bom quando se prima
pelo bem que se quer ver propagado
na forma universal de certo e errado,
no anseio de seguir degraus acima.

Se um dia minha voz fizer-se ouvida
causando nova dor nessa ferida
que há muito deveria estar curada,

perdoe a ousadia desta pena
que muita vez se põe de quarentena
sem perceber o quanto foi amada.


Cleide Canton
São Carlos, 24/11/2016 - 16:00 horas


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Cão Sarnento


Por tão escorraçada dos lugares
Dos corações expulsa a pontapés
Me afoguei nas enchentes e  marés
Dos prantos meus formando tantos mares... 

Mandei as gentes todas pelos ares,
Tão cheia estava em meio aos rapapés 
Que insistiam em saber — "... e tu, quem és?"
— Quem sabe eu seja aquilo que pensares... 

Senti-me longo tempo como um cão
Sarnento e tristemente maltratado,
Pelas ruas perdido e ignorado... 

Mas hoje tenho o pelo bem cuidado,
Penteado pela amiga solidão,
A sarna que invadiu meu coração. 


Regina Coeli


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Cumplicidade



O amado me protege,
cuida de mim,
é meu porto seguro.

O amado é meu companheiro
de todas as horas,
de cama... e mesa.

O amado é meu amante,
meu cúmplice, meu amigo,
meu par constante.

O amado me inspira paz,
me aproxima de Deus
e me faz feliz.


Neide Barros Rêgo
(1997 - para Walmir Ventura Rego, meu marido)



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