Poesias de Maio de 2016

Flashback


Ando em tempo de recordações.
Com certa constância,
dos mais recônditos rincões
a lembrança tece a trança.
Ontem pela manhã,
o cheiro de manga do quintal de minha infância
impregnou-me as narinas.
Tenho também visitado esquinas da adolescência
onde tudo alude à impaciência, à incompletude.
Até da gravata e do paletó,
dos quais, sem dó nem piedade,
nunca sentira saudade,
me recordei noutro dia.
Igualmente de uma bravata,
que eu jamais repetiria.


Wanderlino Teixeira



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EU E O VINHO


Sou como o vinho
que toma a forma do copo
que o aconchega

Assim quero estar em ti
para que me tomes
por completo
Então te embriagarei
de prazer e de felicidade
De prazer e de felicidade.


Leda Mendes Jorge



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MENINA-MOÇA, DA SENZALA À SOCIEDADE!



Grande Princesa Isabel,
Que, com sua pena e tinta,
Cravando a lei no papel,
Pôs a escravatura extinta!

Então, o Brasil, por Deus,
Tirou a mancha da História;
Fez dos negros filhos seus,
Recompondo sua glória.

A menina-moça, aquela
De pele negra e bonita,
Ganhou ares de donzela;
Livre, sem vida restrita.

Da senzala à sociedade,
Teve espinhos, desafetos.
Mas, ao usar a "Liberdade",
Avançou em seus projetos.

Linda afrodescendente,
Ás da miscigenação!
No Brasil de tanta gente,
Um destaque da nação!

O Brasil multirracial
Tem colorido bacana;
Mais um sombreado especial,
Cor da mulher africana!


Ógui Lourenço Mauri

Catanduva SP, 04/05/2016.


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MÃE


O que és senão um anjo enviado por Deus para habitar a Terra.
Apenas um anjo como tu poderias suportar tais dores do parto.
Poderias dar o sustento de um recém nascido.
O amor que preenche todos espaços entre tu e teu filho.
OH! Mãe bendita, que a vós não dão o valor real.
Vives magoada, mas perdoas!
Choras baixinho para que não te vejam.
O coração palpita e chora quando teu filho adoece.
E o reconhecimento nunca vem, nem virá...
Talvez quando voltares ao Pai, junto dos outros anjos, encontres a paz!


Ligi@Tomarchio®


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O LUGAR DE UMA SAUDADE


Vai a chuva indecisa,
Sobre as calçadas desliza
E veste o chão de branco véu.
Sacode-a um vento sul,
Desaparece o azul,
Já se fez  escuro o céu.

A chuva nos traz lembranças,
Lava antigas  esperanças,
Molha o pó da solidão.
Com seu vestido de prata
Em nossa rua pacata
Apaga os rastros do chão.

Este coração teimoso
Hoje também está chuvoso
Como há muito não se vê.
Estas águas aqui dentro
Vêm da nuvem do tormento
De perto não ter você.

Como alívio aqui  me resta
De sua ausência apenas esta
Doce ilusão  de esperar;
Só preencho de verdade
O lugar desta saudade
Com você no seu  lugar.


Geraldo Generoso


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NOSSO AMOR SEM IGUAL


MOTE:

Não foi perto, nem distante,

o nosso amor, ideal,
nasceu da luz de um instante
e se tornou imortal!

Luiz Carlos Abritta

GLOSA:

Não foi perto, nem distante,

não teve dia, nem hora,
esse amor alucinante,
que vive no nosso agora!

Sempre cheio de pureza,
o nosso amor, ideal,
tem em si, muita beleza...
Não há, no mundo, outro igual!

Sendo, assim, doce e vibrante,
se aninhou no coração,
nasceu da luz de um instante,
de um instante de emoção!

Foi crescendo na alegria,
firme e forte, atemporal,
numa osmose de poesia,
e se tornou imortal!

Gislaine Canales

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ESCOLHAS VERDADEIRAS


Ante os olhos, há muito o que se ver...
Pesado e sopesado a uma exaustão
Que leva à inexorável conclusão
De que a verdade é algo a conceber.

Quem sabe ela virá no alvorecer,
Tocando a flor em suave comunhão,
Levando calma ao pobre coração
Que não sabia mais o que era crer...

Pode ser que a verdade seja um sonho
Feito real no encanto de um luar,
Vindo sorrir na boca do tristonho...

O mais é onda no vaivém de um mar
Que joga à praia o bom ou o bisonho,
Deixando a cada um saber filtrar.


Regina Coeli


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FEITIÇO


Por onde voam meus sonhos saltarilhos,
devaneios discretos, bem traçados,
incautos, pelos ventos devorados
aos pés dos meus luares maltrapilhos?

Por onde andam os tantos empecilhos
vestidos em véus negros, ultrajados,
espadas e grilhões direcionados
à trama de vedar os poucos brilhos?

A fonte em desespero, em agonia,
procura o seu orgulho e num só dia
invoca, em altos brados, seu mentor.

Renasce da pureza um outro verso
que nutre, na poesia, o já disperso
encanto feiticeiro e redentor.


Cleide Canton
Sao Carlos, 29/05/2016



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