Poesias de Dezembro de 2015

Festa em família


A mulher, apreensiva,
aguarda a contagem regressiva.
O homem, um tanto tonto,
proíbe a mágoa, o tédio, o desaponto:
“O ano finda, a noite é de alegria!”
Porejando energia, o jovem brinda.
Propensa à frivolidade própria da idade,
a moça cuida de coisas de somenos.
Enquanto isso, o ancião faz um afago nos pequenos,
ajeita a gola do abrigo,
indaga de si para consigo:
“Um ano a mais ou um de menos?”


Wanderlino Teixeira


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Feliz Natal


As vozes dizem: Hosana!
É Natal. Só paz e amor!
O Universo se engalana
num parto de luz e cor!

Papai Noel, com carinho,
eu te peço, por favor:
põe em cada sapatinho
uma gotinha de amor!

Neste Natal eu queria
que o mundo fosse melhor,
que presenteasse alegria
e desse abrigo ao menor!

Que a paz chegasse, afinal,
que a justiça se fizesse,
e um verdadeiro Natal,
realizasse, a nossa prece!


Gislaine Canales


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SORRISO DE NATAL



Tanta lama jogada no leito,
tanta vida ceifada por nada,
tantos sonhos lançados sem jeito
na marinha sofrida e calada.
Tanto mal permeando ilusões,
tanta força nas mãos de vilões,
tanta gente com alma enlutada...

Nestes tempos de chuva impiedosa
quando a mata sorri de contente,
minha prece se eleva chorosa
ao Senhor, num pedido clemente.
Se são tantas as nossas agruras,
se são poucas as nossas venturas,
que Noel seja bem complacente.

Que o sorriso no rosto criança
seja luz nessa noite de festa
e desperte a dormida esperança
no bom sonho que ainda nos resta.
Que a doçura nos lares falidos
amorteçam rancores sentidos
ao cobrir de calor essa fresta.

Que o amor seja o bom companheiro
de um olhar, de um falar, de um beijar,
e o cantar de um cortês seresteiro
nos permita aos bons tempos voltar.
E quem sabe, no peito, a vontade
descaminhe o sabor da maldade
e a harmonia resolva reinar.

No sorriso!...


Cleide Canton

São Carlos,12/12/2015 - 12:33 horas


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"Clima" de Dezembro


Dezembro é tão pontual
Na magia que fascina
E, no clima de Natal,
A gente sai da rotina.

É quando temos, talvez,
Visitas dos Querubins,
Que nos brindam, neste mês,
Com fraternidade e afins.

Jesus, ainda que esquecido,
Abençoa a Humanidade
Num planeta abastecido
Com Paz e Amor à vontade.

Só pode chegar do céu
Tão linda transformação;
Convívios sem escarcéu,
Abraços em profusão!

O mundo teria ganhos
Se tornasse verdadeiro
O amor a amigos e estranhos,
Qual dezembro, o ano inteiro!


Ógui Lourenço Mauri

Catanduva SP, 21/dezembro/2015.


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CANTATA



Já vem o Sol em seu mistério ardente
De fazer raios que produzem vida
Desde o nascer até a despedida
Do dia que se apaga lentamente.

O seu calor é sua mão presente
A acariciar a tão difícil lida,
Fazendo a Fé que se julgou perdida
Fortalecer a hora à nossa frente...

Sagrado Sol que vem amar a terra
E tem por ela tórrida paixão
Que não se acaba quando a luz se encerra:

A madrugada cuida a gestação
E, de manhã, o Sol sorri na serra
Vendo a terra parir a flor e o pão.


Regina Coeli



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NATAL


Natal...
Natividade ativa
viva entre nós
mortais que somos
cruéis realizadores de sonhos
menestréis de amor e fraternidade.

Por que ceifar de alguns
a fome de sonhar
utopia banal, real
dos abastados comedores de mentes
semente do mal
banal?

Não, é Natal!

Vejam as telas soberbas das ceias
carnes, frutas, bebidas virtuais...
Corações e mentes decepadas
sem alegria ou fome...

Sim, é banal!

E não me diga que poeta é louco!
Demente é a humanidade sem coração
mentes dessecadas
onde as partes não se vêem
fecham os olhos para as banalidades
dos que choram
a falta
a ausência de irmandade...
Eles,
vorazes se consomem...


Ligi@Tomarchio®



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O ZÉFIRO


Diáfana qual sílfide singela,
formosa mais que as flores, ela enfeita
a relva da campina onde se deita;
parece uma pintura em aquarela.

Ao vê-la frágil, bela e tão perfeita,
apaixonou-se o Zéfiro por ela.
E, enamorado, a escultural donzela
segue invisível; cauteloso, espreita.

Mas eis que chega o noivo de repente,
toca-lhe a face, aspira o seu perfume
e afaga seus cabelos mansamente...

Em doce idílio, beijam-se afinal.
E o Vento em fúria, louco de ciúme,
transforma-se em terrível vendaval.


Neide Barros Rêgo
para o poeta Luna Fernandes (1996)



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