Poema para Juliana
Enfrente, Juliana,
com doçura e gana, a vida.
Justo aí, nessa lida, arte pura,
mistura de ternura e aventura,
latente, a semente da ventura.
Mas a vida, Juliana,
sonata de compassos imprecisos,
não é somente acordes e sorrisos:
há armadilhas e tropeços
e trilhas muitas, e muitos preços.
Não estranhe, Juliana,
essas coisas que lhe digo,
assim tão cedo e à revelia
(arremedo de filosofia).
Acontece, que se lhe quero dar abrigo,
protegê-la do medo e do perigo,
quero também vê-la liberta
para que possa alçar seu voo em hora certa.
Wanderlino Teixeira
VERSOS NO MAR
MOTE:
Nesta vida tão inquieta,
o meu consolo é pescar.
Sou Pescadora – Poeta,
que pesca versos no mar!
(Gislaine Canales)
GLOSA:
Nesta vida tão inquieta,
tão cheia de sobressalto,
minha causa predileta
é navegar em mar alto!
Para fugir da tristeza,
o meu consolo é pescar,
pois encontro só beleza
quando estou a navegar!
Eu sinto, no mar, um esteta,
meu eterno companheiro:
sou Pescadora – Poeta,
pesco nele o tempo inteiro!
Em cardumes, vejo os versos,
vejo os versos a boiar,
sou Yemanjá de Universos,
que pesca versos no mar!
(Gislaine Canales)
DEVANEIOS NA PRIMAVERA
Saudade d' uma primavera
um tempo perfumado
onde fomos felizes
sob nosso ipê
que chorava lágrimas brancas
emocionado pelo nosso amor...
Nostálgica relembro serena
magia envolvente que nos cobria
durante horas, com seu manto
branco paz...
Devaneio agora...
Vejo aquele campo extenso
não consigo ver seus olhos...
Esqueceram que hoje é primavera...
Ligi@Tomarchio®
São Paulo, 23/09/2004 - 00:17
UTOPIA
Olhar teus olhos no dia a dia;
Assim como, achar lindo teu jeito;
Coração disparado no peito...
Diz pra mim que não é utopia!
Experimentar toda a alegria
De fazer de ti minha metade,
Viver toda essa felicidade...
Diz pra mim que não é utopia!
Sentir em nosso amor a magia
Que nos motiva a seguir na vida
E que nos dá a mútua guarida...
Diz pra mim que não é utopia!
Tocar feliz tua pele macia,
Sublimar-te em odes de improviso
E vidrar no teu belo sorriso...
Diz pra mim que não é utopia!
Passar pro real a fantasia.
Depois do amor, dormir a teu lado.
Contigo, acordar reconfortado...
Diz pra mim que não é utopia!
Ógui Lourenço Mauri
Catanduva (SP), 23.07.2005
(No lançamento do poema, o autor usava o pseudônimo de "Lorenzo Yucatán")
Criação
Vai-se o primeiro pássaro migrando
– ponta de seta aponta o rumo certo.
Vai-se mais outro e mais... outros riscando
geometrias no céu antes deserto.
Que mistério os agrupa, os põe tão perto
da harmonia da Música? Só quando
um solfeja seu voo, o bando esperto
incorpora o deus Shiva e sai dançando.
Também aves-palavras, que se agitam,
e logo outras, os ninhos para trás,
se integram ao traçado que se cria
em pleno voo. Enfim, a obra se faz.
Enquanto no papel elas levitam,
raia, sanguínea e fresca, a Poesia.
Lena Jesus Ponte
(do livro Ávida palavra)
ANDRÉ BONATTO JÚNIOR
André Bonatto, meu querido filho,
no teu aniversário, eu gostaria
de te dizer que és Sol, que és luz, que és brilho!
E que és a causa da minha alegria!
É na estrada da vida, nesse trilho,
que labutas, vivendo, cada dia,
na “Empresa Pedra Branca” que é empecilho,
para eu te dar, em mãos, esta poesia!
Quando chega o teu mês, eu sempre lembro,
que esse teu dia, o treze de setembro,
é um dia de carinho e emoção,
porque nascias , meu filho estimado,
pra ser alguém que foi muito esperado:
O filho homem , o filho varão!
Delcy Canalles
(Com o carinho da mãe amiga)
Desflorando
Minha boca, vermelha qual cereja,
Despertava-te anseios de rapaz
Num querer sempre, sempre, e sempre mais
Muito mais do que o mais que se deseja.
Minha boca, serena, a um beijo almeja
Ainda hoje, que amar me satisfaz,
Mas fui barco atracando num jamais
E aquilo que não foi, talvez não seja.
Ao te beijar, beijavas outro alguém,
Só no meu sonho eu era tua rainha;
Somente em sonho tu eras o meu bem...
Desflorei-me no tempo, tão sozinha,
E desfolhei tua boca, que também
No meu sonho, sonhei, foi sempre minha...
Regina Coeli