Paixão oftálmica
Anda, o amigo,
cativo dos humores da donzela,
dos seus pendores,
dos seus pudores.
A causa foi aquele olhar carente,
olhar pedinte, de quero mais,
espelho de abissais segredos e medos triviais.
Olhar ao mesmo tempo meigo e petulante,
capaz de abalar o leigo
e o mais audaz amante.
Anda, o amigo,
pervagando por abrolhos existenciais,
ouvindo ecos dos seus próprios ais,
enxergando a moça e nada mais.
Anda, o amigo, aquele tal,
portando antolhos.
Culpa total daqueles olhos!
Wanderlino Teixeira
PAZ UNIVERSAL
Caminhemos irmãos e de mãos dadas,
por este mundo lindo, o nosso chão,
naquelas horas tristes, desoladas,
plantemos a semente da razão.
Iluminemos assim, nossas estradas
com essa luz nascente da emoção,
cantemos em uníssono, as toadas
que sentimos surgir do coração!
Nesta cumplicidade, mundo afora,
querendo a cada instante, a cada hora
que o bem sempre supere e vença o mal!
Conquistando a alegria e a amizade
sei que vivenciaremos, na verdade,
“a Paz que se deseja Universal!”
Gislaine Canales
ANIVERSÁRIOS
27/07/1926 - Diamantino Ferreira /RJ
27/07/1965 - Carlos Eduardo Canalles Bonatto /RS
Vinte e sete de julho, vens surgindo,
a passos largos para anunciar:
Evento duplo, certamente, lindo,
em dois Estados, pra comemorar!
Diamantino e Carlos, vêm sorrindo
e querem, um ao outro, abraçar,
e dizer, entre si: Sejas bem-vindo!
Vamos, juntos, colega, festejar!
E a natureza inteira se engalana
e o jovem e o ancião vão ao nirvana,
para atingirem a felicidade!
E eu, mãe e amiga, rezo pelos dois,
pois antevejo, um dia, bem depois,
o nascimento triplo da Amizade!
Delcy Canalles
BRASIL NO INVERNO!
Brasil, vejo tão cinzento
O horizonte neste inverno...
E também daninho o vento
Que nos traz langor eterno!
Sinto triste meu país,
Nunca o tinha visto assim!
Seu presente não condiz
Com o que sonhei pra mim!
Os falsários que tomaram
Suas rédeas metem medo.
Falcatruas transformaram
A nação num arremedo.
Sei que a vida segue adiante,
Vencerá a longa espera!
Vem aí, não está distante,
A sonhada primavera!
Este inverno faz chacina
À esperança em vão de um povo,
Mas, um dia, o mal termina...
Brilhará o Sol de novo!
Ógui Lourenço Mauri
Catanduva (SP), 07 de julho de 2015.
CENTAURO
Mito-mulher-menina
filha de "Nefele"
das nuvens faço morada
quando poeta estou.
Selvagem, na franqueza da ternura
dos bosques retiro alimento
saciando sede nas águas sábias
"buraco negro", encontro na dor.
Objetiva, qual flecha certeira
momentos de introspecção invadem
em busca freqüente
do "ser" ao "Ser Superior".
"Alfa" é meu núcleo estrelar
fogo elemento primordial
essência d'alma poética
habitante das planícies da "Arcádia".
Nas ondas encontro rítmo
musicalidade no silêncio
imagens na noite
no tempo, idéias...
Ligi@Tomarchio®
16/03/2005
Meu Ninho
Não era uma casa qualquer,
mas um lar feliz e abençoado,
não havia um único dia sequer
que não fosse de alegria coroado.
Acácias invadiam o alpendre
em um festival de belas cores,
sentia-me o imperador Alexandre,
cercado de carinhos e amores.
Às vezes volto à infância,
naquela casinha encantada,
vejo mamãe em sua radiância,
sempre alegre, nunca agitada.
O tempo segue nos afastando
de nossas melhores lembranças,
mas meu coração vai guardando
as recordações e suas nuanças.
Lupércio Mundim
Uma casa é apenas uma edificação,
um lar é onde reside o amor.
E NADA MAIS...
No vão do tempo achei bonita imagem
Entre papéis que foram meus um dia,
Prelúdio de saudade e nostalgia
Fotografando o amor numa paisagem.
Acesos os meus olhos em voragem,
Da foto cada canto eu perseguia
E a boca, fui sentindo, me sorria
Às lembranças felizes de uma viagem.
Lindo era o mar e quente o sol. E a areia
Tinha um mistério, um ar não sei do quê
Como a aguardar vir fresca a lua cheia...
De repente, saindo de um buquê
Cheiroso que real paixão permeia,
A lua iluminou eu e você!
Regina Coeli