TODOS OS DIAS, MINHA NAMORADA!
Quando o calendário provoca o bulício
A caráter do "Dia dos Namorados",
A tal data magna dos apaixonados,
Não chego a me tocar por algum indício.
Minha namorada de todos os dias!...
Cotidianamente, tu me dás presente;
Por amor, jamais seria diferente,
Brindo-te com meus carinhos e manias.
Nosso idílio não tem dia especial,
Todos são iguais, marcados pelo amor;
Mantém-se perene, no clima do ardor
Pirogênico a unir um feliz casal.
"Dia dos Namorados" sói permanente;
Uno, alheio à data comemorativa...
Eis porque alimentamos a expectativa
De um futuro sempre melhor que o presente.
Tudo temos à feição do que querias
Numa vida a dois feliz e pactual...
"Dia dos Namorados" convencional,
Comemoramos juntos, todos os dias.
Ógui Lourenço Mauri
Catanduva (SP), 10/06/2006
O Circo Chegou!
Escutei o barulho da criançada
e corri como louco prá calçada,
a parada passava em nossa porta
e vê-la, prá um guri, muito importa.
Os palhaços vinham na frente
fazendo-me rir feliz e irreverente,
depois apareciam os incríveis artistas
pessoas por demais corajosas e idealistas.
Seguindo o desfile de talentos
surgiam alguns atletas truculentos,
erguendo enormes pesos de chumbo
que me pareciam ocos como um bumbo.
Então vinham os leões e elefantes
que nos deixavam tensos e ofegantes,
eles nem seus dentes tinham na verdade
mas os temíamos por sua grande ferocidade.
Afinal chegou a hora do espetáculo
mas não ter dinheiro era um obstáculo,
ao tentar passar por debaixo daquela tenda
acabei levando um chute e perdendo a contenda.
Corri para pedir ao meu pai um trocado
pois naquela encenação eu estava focado,
com minha turma precisava comparecer junto
e se eu não fosse, não teria nem mesmo assunto.
Entrei naquele ambiente ruidoso e mágico
e começou um teatro que no início era trágico,
então os palhaços fizeram suas loucas palhaçadas
e a tragédia terminou em muitas sonoras gargalhadas.
Como dormir depois de presenciar tal maravilha?
entregar-me ao sono enquanto meu cérebro fervilha?
comecei a sonhar acordado, agora eu era um trapezista
que saltava no ar ignorando o perigo, o mais valente artista.
Lupércio Mundim
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PROFISSÃO DE FÉ
Aos doze anos, entre os muitos planos,
sonhava em ser garçom.
Acreditava ter o dom de bem servir o alimento.
Há desejos submersos habitando em mim.
Sustento ainda aquele intento.
Sendo assim, faço versos.
Wanderlino Teixeira
UM NOVO TEMPO
"Escreve! Acaso o nosso amor não conta?
Deixa um pouco de lado esse rol de gente,
Toda essa fala crua e indiferente
Ao deslumbrante sol que em nós desponta..."
Apaixonada, e simplesmente tonta,
Eu me doei em cada flor fremente
Que às tuas mãos passei, tão inocente,
E ignoraste em desalmada afronta...
Só nós sabemos o que em nós se passa.
Só nós sabemos quanta dor nos dói
Quando abraçamos quem não nos abraça.
Um certo dia, a angústia que nos mói
Seca o seu pranto, rói sua couraça
E a pele nova um novo amor constrói.
Regina Coeli
EM TEMPO DE BALÉ
Jeté, sauté, jeté, sauté,
coupé, coupé, pas de bourrée,
glissade, glissade, assemblé.
Dona Frieda,
mestra querida,
que saudade de você!
Neide Barros Rêgo
(Para Frieda Vargas Alonso, minha saudosa professora de balé, 1986)
O AMANHECER
É uma manhã de luz, o Sol nascendo,
vai dando a tudo um novo colorido,
e o dia implora para ser vivido
na sua plenitude, num crescendo!
Ao escutar, então, esse pedido
o mar, nesse calor, vai se aquecendo,
e em ondas de alegria se envolvendo,
beija a areia e o castelo construído!
E o mundo todo vibra de emoção,
se ouve até, o bater de um coração
que pulsa forte, em meio a tanta cor!
É sempre muito lindo o amanhecer,
vamos então, a Deus, agradecer:
A alvorada é uma dádiva de amor!
Gislaine Canales
QUE SARDADE DU VEIO ARAIÁ
Ah que sardade mi dá
da batata doce na fuguera assá.
Da paponha ,do quentão,
melado cum farinha, canjica,
pé di mulequi, na festa
de Sanjão.
Sabe moçu, agora num tem mais disso não!
Virô cumercio a festa di Sanjão.
Só dá cachorro quenti e sarsichão!
Festa junina num tem mais tradição.
Ah que sardade mi dá
di infeitá o arraiá cum banderinha,
pulá fuguera, dançá quadria a noite intera
e solrtá istrelinha.
Comu mi sintia bunita
na minha caipira di chita!
Chapér de paia
cum laço vermeio di fita.
Ah Moçu!
Que sardade mi dá du veio arraiá!
Marilda Conceição
ETERNAS CRIANÇAS
Caminhei pela rotina do mundo
crendo que assim era a vida
mas eles romperam a bolha
quando conheci seu Universo.
Ensinaram-me mais do que eduquei.
Aprendi que a superação humana
se ganha através de pequenas conquistas.
Pequenas realizações, grandes triunfos.
Mundo de crianças especiais.
Que não sabem conjugar
a palavra maldade.
Faróis de luz em suas famílias.
Chamas de amor
como sol radioso em seus lares.
Crianças puras, inocentes.
Eternas crianças!
Maria Luiza Walendowsky