Poesias de Abril de 2013

FAÇA ACONTECER


Faça valer o riso do momento
ou a dor que transborda do teu peito.
Faça valer aquilo que tem jeito
e sofra de uma vez o teu tormento.

Toda dor que se instala sem respeito
na lembrança a vestir-se de lamento,
faz teus ais expandirem com o vento
e teu sonho se perder malsatisfeito.

Aprenda com teu erro a não errar
sem a culpa que existe a torturar
teu agora qualquer seja teu passado.

Aprenda a respeitar o teu irmão
com a graça e a grandeza do perdão
dando amor sem pedir pra ser amado.


Cleide Canton
São Carlos, 04/04/2013





JANELA DA VIDA


Como um ser da luta, forte e persistente,
Tento ver a vida desde uma janela.
E meus próprios olhos, sempre a partir dela,
Enxergam com otimismo lá à frente.

São meus olhos que produzem o cenário
Que, bem ou mal, diviso dessa janela.
Se eu usar bons olhos, toda a vista é bela;
Com olhar estrábico, vira um calvário.

Quanto mais aberta a janela da vida,
Mais e mais chegarão os ventos do bem;
A meus sonhos, os anjos dirão amém
E, dos amigos, receberei guarida.

Jamais fecharei a janela da vida,
Eu quero a luz no lugar da escuridão.
Preciso muito aprender com meu irmão;
E mostrar-lhe o que sei, em contrapartida.

A janela da vida me dá poder,
Meios seguros de planejar meus passos.
Distingo ali os possíveis embaraços,
A tempo de eliminá-los... e vencer.


Ógui Lourenço Mauri
Catanduva (SP), 17/11/2005





A Solidão de Uma Flor


Ah, solitária flor em alma doada
Às manhãs fúlgidas de sol nascente
E às madrugadas embalando gente
Que toca o sonho em lírica toada...

Sorriso destoante na braçada,
Sufoca um pranto, mudo e penitente,
No anseio por um fogo incandescente
Pra arder suas pétalas, e ser amada.

Sôfrega mão se estica pra pegá-la
E ela se entrega, lúdica de amor,
Mas morre seca em desalmada sala.

O que é a felicidade pra uma flor?
Plena em perfume a quem acariciá-la,
Faz desse olhar o tom da sua cor.


Regina Coeli





Sublimação
(nas pegadas de Cecília Meireles)


É mais fácil estender a mão até as constelações
[e colher uma estrela
do que tocar o teu rosto de leve e sentir, nos meus,
[o brilho dos teus olhos.

É mais fácil mergulhar até a escuridão do mar profundo,
[ferir a ostra e colher uma pérola negra
do que chegares a mim e colocares,
em meu peito, uma esperança e, em meu dedo, um anel.

Não me interessam mais
nem astros,
nem anéis,
nem pérolas,
nem tu.

Garimpei sonhos perdidos,
colecionei desassossegos,
juntei cacos de memórias mancas e mudas
e transformei tudo em versos.

Cantarei até o fim.


Neide Barros Rêgo

Para o professor Aloísio Sartorato (2000).



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