Poesias de Junho de 2012

Espere por mim!


Se o destino nos separar
por algum motivo forte
ou nos afastar a sorte,
pense em mim,
onde estiver,
em qualquer tempo,
até o fim.

Mesmo que furacões,
terremotos, alagamentos
venham acontecer,
neste mundo de sofrimentos,
espere por mim.
Espere sim, que voltarei!

Ainda que tudo pareça impossível,
que todos desistam de lutar,
que a tristeza se aloje nos corações,
não se importe,
creia sempre que voltarei.

Enfrentarei céus e terras,
medos e inseguranças,
desafios e desesperanças
para voltar aos seus braços,
para os seus beijos,
para a felicidade.


Dionilce de Faria






PAI NOTÁVEL


Meu pai era brincalhão e amoroso,
daqueles que um filho nunca esquece,
quando me lembro dele fico choroso,
mas o bom filho não chora, agradece.

Sou grato a Deus por sua paternidade,
seu amor fez minha vida ser aceitável,
de exagerar não tenho necessidade
quando digo que ele foi um pai notável.

Agora, que sou pai, consigo entender
como ele estava sempre sábio e certo,
posso finalmente o compreender,
pois também quero meu filho por perto.

Despedir-me dele foi triste e doloroso,
mas a dor foi passando a cada dia mais,
ficando seu exemplo digno e honroso
e a certeza de que eu o amo demais.


Lupércio Mundim





VOU SAIR POR AÍ...


Quanta saudade a brisa me traz de lá!
Não aguento mais ficar assim distante!
Sem respirar os ares de onde ela está,
Eu não sei como levar a vida adiante.

Vou sair por aí, rumo aos braços dela,
Indiferente aos percalços do caminho.
Quero ainda beijar sua face bela
E, ao vivo, dar-lhe e receber carinho.

Quero sair por aí colhendo flores
Para fazer os gostos de minha amada.
Vou levar ramalhetes de várias cores
E a ela entregarei à minha chegada.

Quero sair por aí bem à vontade,
Receber os bons fluidos da Natureza.
Preparar meu espírito de verdade,
Para ver quem eu amo e sua beleza.

Quero sair por aí, destino certo!...
Conto com ela ao final do itinerário.
E acontecerá neste encontro, decerto,
O feliz desfecho de nosso fadário.


Ógui Lourenço Mauri

Catanduva (SP), 04.07.2011





POEMA DA MANHÃ SEM TARDE


Em tudo a impermanência:
nos amores contingenciais,
na vida efêmera das flores.
Em tudo a ausência do constante,
quando até o instante se transforma
naquilo que já não é.
Nada se abriga sob teto consistente,
nada se obriga,
nada se pauta no amanhã.
Vive-se o presente da manhã sem tarde:
tudo urge, tudo arde, tudo se desfaz
na crepitante fogueira do fugaz.


Wanderlino Teixeira





LEVEZA


O que fui, não mais eu sou
Num hoje que temperou
O eterno vaivém do mar
A quem contei meus desejos,
A quem entreguei mil beijos
Nas ondas dos realejos
Musicando o meu cantar.

Os pesos que carreguei
Na terra sem prumo e lei,
Hoje não carrego mais,
Que é Tempo de ser feliz
Num passo ainda aprendiz
Seguindo o sábio que diz
Que a Vida recende a Paz.

Se lágrimas eu calei
E outras tantas derramei
Querendo apenas amar,
Eu amei, mas tanto, tanto,
Que de amar ainda me encanto
E faço desse meu canto
Arrimo pra me escorar.

Dos meus sonhos tão puídos
Fiz versos agradecidos
Regados a fantasia,
E a realidade matreira,
Que se finge verdadeira,
Deixei-a de lado, à beira
Dos barrancos de agonia.

Braços livremente abertos,
Sentidos mais que despertos
Pra abraçar o que vier,
No mar navego tão plena
Em minha nau tão pequena,
Ouvindo a brisa serena
Segredar-me o que quiser.

O peso que me pesou
Foi o que me resgatou
Neste final de viver:
Aprendendo a suportar,
Meu troféu é caminhar
Olhando o céu e o luar
Rumo a um novo alvorecer...


Regina Coeli




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