MULHER...
Pra mim, o "Dia Internacional da Mulher"
Foi convencionado a partir de tua imagem,
Pois tu és amostra de alguém que sempre quer,
És um exemplo feminino de coragem!
Foi de ti, ó mulher, que ganhei nova vida.
A tempo, tiraste-me do despenhadeiro,
Trouxeste o bálsamo para minha ferida;
A teu lado, conheci o amor verdadeiro.
Comigo, abraçaste minhas causas perdidas.
A meu desespero, soubeste impor a calma.
Deste-me teu sorriso de mãos estendidas;
Depois, foi a vez de teu corpo e de tu'alma.
Mulher!... Tu me ganhaste pela lucidez...
Enorme, nas dimensões de tua bondade.
Cuida, agora, de meu coração de uma vez,
Não me deixes, não, fugir a felicidade!
Só pode ser das Alturas tocante enredo,
Somente Deus nos escreveria tão lindo...
Uma peça de amor todo envolto em segredo
E que tem na plateia anjos aplaudindo.
Ógui Lourenço Mauri
Catanduva (SP), 08/03/2007
ANALFAVENTO
“Não colha flores”.
Suave, moderado, violento,
à mercê dos seus humores,
não dando às letras adequado tratamento,
o vento ignora a tabuleta:
despetala a rosa do jardim,
o cravo o jasmim a violeta.
Depois, só para mostrar desprendimento,
vai açoitar as águas da sarjeta
e bolinar a cauda luminosa do cometa.
Wanderlino Teixeira
ONDE ESTÁS
Eu pressinto e te sinto
neste eterno labirinto
que funde, num mesmo espaço,
o céu dos meus sonhos
e a terra dos meus fracassos.
Eu te busco, sem descanso,
em cada luz
que tenta ofuscar minha visão,
em cada fresta de uma janela,
em cada rua, cada viela.
Eu te busco
nas nuvens em que me deito,
nas estrelas que me fazem sorrir,
nos ventos onde me deleito
e até onde eu os possa sentir.
Eu te busco
em cada sorriso em oferta,
cada mão que me acena,
em cada alma liberta
de dúvidas, plena.
Eu te busco
em cada espaço que abraço,
entre céu e mar,
num vôo sem cansaço,
sem medo e sem vacilar.
Talvez eu te encontre
num vale escondido,
entre fontes cantantes
a espera do amor prometido,
ou, quem sabe,
no topo de um arranha-céu,
numa encosta gelada,
num barco sem destino
ou numa gruta azulada.
Afinal,
são buscas hipotéticas
das minhas alucinações poéticas,
pois sei muito bem
que já te encontras
dentro de mim,
como foi no princípio
e como será no fim.
Cleide Canton
O OUTONO DOS MEUS VERSOS
A musa que me assiste no meu verso
É como o vento que me beija a face;
Se acaso qualquer deles se calasse,
O silêncio seria mais perverso.
Se os pés andam caminho tão transverso
Ao sonho de se ter o que se amasse,
Quem sabe a vida, enfim, nos revelasse
Porque o amor nos soa controverso...
O outono leva as folhas quase mortas
A rebrotarem vida eternamente
Na terra que abre a elas as suas portas.
No versejar, o sangue que se sente
Rebenta, agoniado, as vãs comportas,
E aquece a folha morta... de repente.
Regina Coeli