Poesias de Novembro de 2011

OS ROMEIROS


Em romaria,
nesta manhã cinzenta e fria,
meus mortos vieram ter comigo.
Dei-lhes abrigo, pude tê-los junto ao peito.

Agora já não surte efeito
a chuva fina carpindo lá fora.


Wanderlino Teixeira





AOS QUE SE FORAM...



Não sei a qual deles mais me liguei
Nem de qual deles tenho mais saudade.
Convicto estou de que os encontrarei
Nas Dimensões da Espiritualidade!

Quando eles se foram, eu não sabia
Que a morte física não cessa a vida.
Eis por que, hoje, no meu dia a dia,
A fé no reencontro é desmedida.

Penso que partiram tristes comigo,
Pois, deles, pouco segui seus cuidados;
Arrependido, quero, sim, o abrigo
Dos sábios ensinamentos deixados.

A fé largou no passado meu pranto,
A lembrança, porém, de mim não sai...
Deus meu, como eu ainda sinto tanto
A falta de minha mãe e meu pai...


Ógui Mauri

Catanduva (SP), 21/09/2002 (Reescrito em 02/11/2011)






CONTRADIÇÕES


Num dia o homem ri, num outro chora.
E às vezes chora e ri num mesmo dia.
O que diria a boca, enquanto ria,
Do riso a se calar e se ir embora?

Cada minuto tece a sua hora
E a hora traz um quê de fantasia
A se esvair em brumas de euforia
Que o sol dissipa quando vai-se a aurora...

O que se forma, adiante se desfaz
Como a bravia onda em alto mar;
Faz-se amorosa e a areia vem beijar...

A vida segue mansa em meu passar.
E a boca que sorriu-me como um cais
É a que hoje a mim acena com um jamais!


Regina Coeli




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