Poesias de Julho de 2011

SONO DA PRIMAVERA


O tempo se esfria
Quando mais um ano
Corta-se no meio...
Já vem a noite fria,
Veste-se outro pano
Pelo frio que veio.

Flanelas e lãs,
Grossos cobertores
E dias cinzentos.
Feias manhãs
Por sobre as flores
E os pensamentos...

Tempo frio é triste
E nos contagia
Por suas mil razões.
Por isso é que existe
Ânsia e euforia
Por luz e rojões.

Mas há uma razão
À feliz espera
De um tempo lindo:
A abrir-se em botão
Eis que a primavera
Mais uma vez vem vindo.


Geraldo Generoso




"NÃO NOS IMPORTA!"

Que está acontecendo conosco, amor?
Terremotos, maremotos, cataclismas...
Você já reparou que nós nem os notamos?,
Estaremos assim tão despreocupados?,
Estaremos tão vivendo só pra nós,
De nós, conosco, intimamente em um só,
Que nos desligamos do mundo lá fora?

Amor!, amor!, amor!,
Você não acha que devemos nos cuidar mais?
Eu sei que estamos vivendo no apenas sentindo
Quanto de bem no tanto de nós,
Quanto de feliz nos sorrisos encontrados,
Quanto de amor em variados tocares,
Quanto..., quanto..., quanto de quanto amar!

Amor meu!, vida minha,
Não estou assustada, mas é muito para uma vida!
Sei bem!, somos "dois" em seres,
Mas, passamos a ser "um" de repente!
Será bom mesmo viver tal sadia loucura?
Em nosso isolamento conseguiremos "sobrevida"?
Alguém nos acompanhará?. ou nem queremos isso?.

...O certo é que realmente NÃO NOS IMPORTA!


Leyla Gomes
Petrópolis 26/04/80




SOMBRAS DA RIBALTA


Instantâneos, closes, poses!
Musas fora de moda,
amigos caricatos,
heróis amarelecidos,
defuntos extemporâneos,
mudos personagens de um teatro inanimado
revelados no palco inusitado do meu álbum de retratos.

Instantâneos, closes, poses!
Num deslumbre momentâneo,
busco modernizar musas,
penso recobrar amigos,
tento recriar heróis,
ouso reviver defuntos.

Minhas musas estão gordas e frustradas,
meus amigos, abstratos,
meus heróis são velhos frágeis.
Só meus mortos se sobrepujam.



Wanderlino Teixeira




AMOR AO SOM DA CACHOEIRA



Numa suíte ao lado das cataratas...
Do janelão, linda vista panorâmica.
Céu estrelado, lua cheia entre as matas,
Cama convidativa, artes de cerâmica.

Só mesmo o local inovou na rotina...
"Dia dos Namorados" em nada altera.
Nós o temos com a proteção divina,
Ocorre todos os dias, sem espera.

Foi Eros quem fez cruzar nossos destinos,
Milagre de um amor mantido a poesias.
Vivemos a trocar versos repentinos,
Somos namorados de todos os dias.

Junto às cataratas, porém, foi incrível...
Nossas vestes aos poucos abandonadas,
Mútuos desejos ultrapassando o nível
E explosões de prazer enfim alcançadas.

Após o amor, muitos beijos e carícias,
Revelações de sonhos de vida a dois.
Envolvimento total nessas delícias,
Sono reconfortante vindo depois.


Ógui Lourenço Mauri
Catanduva (SP), 12/06/2011.



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