Poesias de Maio de 2011

RELEMBRANÇA


Quando a lembrança sopra em meu ouvido
uma saudade que me atiça o pensamento,
não me lamento nem me faço de rogado:
atrelo o potro do momento já vivido
e me permito galopar pelo passado.


Wanderlino Teixeira




TUAS ROSAS!


Estremeço ao esbarrar no verbo amar
Num passado de mim que já passou
E morre tão-somente em quem deixou
Tempo futuro sem se conjugar.

Das quatro asas batidas pra voar
Um par se foi, e ainda não voltou;
Levou a alegria, e o que ficou,
Tão triste, preferiu o chão ao ar.

Fui-me arrastando e a terra fez-se arada
Por meu parzinho de asas desvalidas,
Por minhas lágrimas ficou aguada...

Hoje voei subidas e descidas
Pra te entregar, da terra bem amada,
Estas rosas cuidadas e colhidas!


Regina Coeli




..."VIVRE POUR VIVRE"?...


Incrível como meus olhos
Se fecharam para a luz
Num céu tão pleno de estrelas,
Luzes faiscantes de belezas,
E, eu sem enxergá-las!

A vida nos torna insensíveis à beleza,
A beleza nos torna cegos à luminosidade,
A luminosidade nos faz sentir a opacidade,
A opacidade nos faz imunes às cores,
As cores nos fazem irreais aos tons!

E daí?, deveremos reagir ao inexistir?
Deveremos voltar a viver?
Deveremos sentir que a vida vale?
Deveremos amar um semelhante?
Ou deveremos só fazer um "vivre pour vivre"?

Não sei!...Não sei!...Não sei!...


Leyla Gomes




DOCE PROCURA



Longa e sofrida é a minha estrada.
Nas minhas andanças,
encontrei amores
e dores.

Quanta beleza e quanta tristeza...

Encontrei também
traição vestida de bondade,
acenando-me com gestos de ternura.
Acreditei
e entreguei-me à paixão.

Caminhos,
ora de flores, ora de pedras
fizeram-me a mulher forte e confiante
para realizar sonhos velados,
há tanto tempo acalentados!

Benditas traições
que bailaram o suficiente,
neste meu frágil coração,
sem rumo e sem prumo,
incapaz de dizer "não".

Tempos difíceis ensinaram-me
a buscar sozinha
a minha própria estrela.
Onde quer que ela esteja!


Angela Stefanelli de Moraes




À MÃE (VIVA) QUE AMO!


Mesmo que nas veias de teus descendentes
Não corra o sangue dos vasos de meus filhos,
Percebo em ti, sem maiores empecilhos,
Que tu és mãe de dotes clarividentes.

És pai e mãe; mulher de duplo papel!
Acompanhaste só, do ventre ao altar,
O que a maternidade lhe pôde dar...
Coloriste a família com teu pincel.

Na aquarela do lar, esbanjaste a cor.
Da Fé, dos bons costumes, da dignidade.
Puseste só nuances de felicidade...
Sozinha, com molduras de muito amor.

No âmbito familiar, dás a segurança.
Tudo se resolve sob tua batuta.
Convocas à Fé e pões todos à luta,
Repeles o ódio e vertes a esperança.

Face ao denodo com que te sobressais,
Tu fazes jus a duas comemorações:
Pela vontade de muitos corações,
Homenagens no Dia das Mães e dos Pais.


Ógui Lourenço Mauri
Catanduva, 13/maio/2007



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