ESPERE POR MIM!
Se o destino nos separar
por algum motivo forte
ou nos separar a sorte,
pense em mim,
onde estiver,
em qualquer tempo,
até o fim.
Mesmo que furacões,
terremotos, alagamentos
venham acontecer,
neste mundo de sofrimentos,
espere por mim.
Espere sim, que voltarei.
Mesmo que tudo pareça impossível,
que todos desistam de lutar,
que a tristeza se aloje nos corações,
não se importe,
creia sempre que voltarei.
Enfrentarei céus e terras,
medos e inseguranças,
desafios e desesperanças
para voltar para os seus braços,
para os seus beijos,
para a felicidade.
Dionilce de Faria
VOLTAR
É muito bom viajar,
outras terras visitar,
com pessoas conversar,
nas cidades passear,
internacionalizar!
Mas o melhor é voltar,
regressar ao nosso lar
e tudo, tudo encontrar
igual, no mesmo lugar.
E você... a me esperar.
Neide Barros Rêgo
1995 - Para Maria Lúcia de Jesus Santos.
Ó VELHICE!
MOTE:
Ó velhice, eu que temia
que chegasses de repente,
vivo em tua companhia,
sem notar que estás presente!
Ó velhice, eu que temia,
que tinha medo de ti,
sem nem perder a alegria,
constatei que estás aqui!
Eu tinha um medo feroz
que chegasses, de repente,
matando tudo que em nós
nos faz bem e nos faz gente!
Parece até bruxaria,
pois chegaste, sem eu ver
vivo em tua companhia,
e é bom esse conviver!
Mas continuo a jornada
com alma de adolescente,
sigo, contigo, esta estrada
sem notar que estás presente!
Gislaine Canales
Glosando Delcy Canalles
PALAVRA DA HORA
De onde virão
as horas que escoam
pelo ralo sem sifão
das semanas que voam?
São vivas...ó, se são.
No relógio soam
como uma canção
que os ponteiros entoam.
Chegam mansamente,
sem qualquer alarde.
Ora frias, ora quentes.
Como fogo que arde
ou águas fluentes
a escorrer na tarde.
Geraldo Generoso
SE EU PUDESSE...
Se eu pudesse meu amor,
Voltaria no tempo em que nossas
almas felizes sorriam.
Que sob a luz do luar me amavas,
e de carinho me enternecias.
Que de amor me embriagavas,
e, em teus braços, de amor me perdia.
Em que nossos corpos entrelaçados,
deliciavam-se na nossa magia,
saciando nossos desejos,
realizando fantasias...
Ah! Se eu pudesse ...
Juro, amor meu, eu voltaria,
unindo para sempre tua alma à minha.
Ah! Se eu pudesse, meu amor,
Um dia...
Marilda Conceição
ASSINATURAS
Assino apenas a poesia
que é meu vulto e minha sina
que de lá do cárcere d'alma
me aprisiona e me fulmina;
fujo de mágoas e penas
mas lá dentro eternamente
em borrões de sangue quente
essa poesia me assina.
Maria Esther Torinho
SINAL DE ALERTA
Fique atento ao assédio:
o tédio não alivia
quando o céu escurece e o tempo esfria.
Pode estar de tocaia no desvão de um prédio
ou nas dobras do coração.
Voraz ou não,
fugaz ou persistente.
Mas sempre se faz presente e não alivia
quando o céu escurece e o tempo esfria.
Wanderlino Teixeira
A PRIMEIRA NOITE DE AMOR
OU A PRIMEIRA VEZ?
Sonho querido, sonho sonhado,
Sonho existido em dias de cor;
Histórias de fadas idas no passado
De moças românticas, com cheiro de flor!
A PRIMEIRA VEZ acontecia sem um saber
Como seria seu primeiro se entregar;
Para umas se tornava um feliz conhecer,
Para outras um eterno não mais desejar!
Hoje, A PRIMEIRA VEZ é bem diferente:
-O amor se faz com igual trocar,
A PRIMEIRA VEZ não é uma somente,
Mas sempre aquela em que buscamos achar
O parceiro que nos dá sabiamente
O amor cúmplice que eterniza o amar!
- Aí A PRIMEIRA VEZ será sempre A PRIMEIRA NOITE DE AMOR.
Leyla Gomes Tostes
A COR DOS OLHOS DELA
O matiz dos olhos dela é uma pintura,
Qual um lago urbano que, à toa, mentalizo.
O azul das águas completa a formosura
Do predomínio esverdeado, tão preciso.
Em seus olhos, vejo um lago cristalino,
Sem perder o verde, refletindo o céu...
E quando chove é seu choro repentino;
É saudade de mim, descendo seu véu.
A cor dos olhos dela esnoba a beleza,
Não acredito que se encontre outra igual.
O predomínio esverdeado é a Natureza,
Com a cor do céu no retoque final.
É um lago azul, de friso verde ao redor.
Manso, mas sempre sujeito a oscilação.
Às vezes, faz revoltos que sei de cor,
Presos aos ditames de seu coração.
A cor dos olhos dela foi o atrativo
Que me fez um cativo de seu fascínio.
Que me pôs no peito um lugar exclusivo,
Num coração à mercê de seu domínio.
Ógui Lourenço Mauri
Catanduva (SP), 15.03.2009
Enigma
Tantas verdades mostraste,
devolvendo-me a esperança!
Foste meu grande aliado
nas procelas desta vida.
Nunca entendi a razão
de passares por mim
tão célere, zombeteiro e enigmático,
pouco se importando
se tuas verdades trariam
mágoas profundas
ou
o alívio esperado.
Quantas vezes gritei
pedindo trégua mas,
impiedoso,
fizeste ouvidos moucos.
Ó, Tempo!
Inexorável Tempo
que por ninguém espera!
Como proteger-me de ti,
sem que aos poucos
eu morra?
Angela Stefanelli de Moraes
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