Poesias de Fevereiro de 2010

MEU ETERNO AMOR


Lado a lado, sentados em nossas cadeiras de balanço
Observo de soslaio seus cabelos brancos.
Como são lindos, de olhá-los não me canso.
Cativaste-me desde o início com teus sorrisos francos.

Até hoje Deus nos mantém pelo amor enlaçados.
52 anos já vivemos nessa união conjugal.
Estamos de mãos dadas, dedos entrelaçados.
Mais alegrias que tristezas sentimos sem igual.

Jovens ainda, quando nossos olhares se cruzaram,
Corações em chamas de paixão se incendiaram.
Sentimos naquele momento termos nos achado.
Nada mais neste mundo, pôde nos ter separado.

Durante essa abençoada união fizeste jus ao firmamento
Mas nem uma singela estrela pude te dar.
Penso nisso meio frustrado neste momento,
Porém sinto-me recompensado em poder te amar.

Se algum dia daqui te fores antes de mim,
Guiarei minhas preces para que logo me falte o ardor.
Nada serei, se me faltares, prefiro abreviar meu fim.
Atrás de ti quero seguir e perpetuar nosso amor.

Às Bodas de Brilhantes chegaremos?
Será que até lá, as alcançaremos?
Só Deus nos sanara estas dúvidas!
Haverá tempo para isso neste resto de nossas vidas?

Aperto mais tua mão para nos sentirmos unidos.
Sem entender, nada perguntas, mas ficas meio sem jeito.
Percebes apenas meus olhos umedecidos.
Nada digo, inclinando-me dou-te um apaixonado beijo


Ary Franco



SAUDADES QUE ME ABRAÇAM


Deixaste-me sozinha a te esperar!
E não cumpriste o que me prometeste.
Sepulto, pesarosa, no meu mar,
Os versos que te dei e não quiseste.

A minha dor, na areia a se espalhar,
Desenha os sonhos que me propuseste.
Meu coração insiste em navegar,
Na correnteza que me vem do leste...

Mas o naufrágio é certo, como a lua,
Que a gente sabe que não vai brilhar,
No dia em que o mau tempo aqui chegar.

Por isso sigo triste pela rua,
E ao ver casais felizes que se enlaçam...
São as minhas saudades que me abraçam!


Terê Penhabe
Santos, 16.03.2009



OLHARES


Em um olhar distante
vejo a tristeza da alma
dos que atravessam
dificuldades.

Nos olhares fugidios
que teimam
em não encontrar os meus
percebo a mentira
a dissimulação.

Nos olhares rápidos
aflitos
sinto uma alma triste
dominada pela ganância
e oportunismo,
sequer se dando conta
da dor alheia.

No olhar parado,
que não chega a ser triste,
percebo sempre a preocupação
que você pensa esconder.

Pelo brilho de seu olhar
meigo
tranqüilo
direto
envolvi-me pela pureza
de sua alma
e entreguei-me à paixão
sem medo de errar


Angela Stefanelli




UMA PEQUENA FLOR


Caminhava distraidamente
por meu caminho habitual,
tentando, em minha mente,
resolver um problema atual.

Tão distante dali eu estava,
voando em meu pensamento,
que quando percebi já  matava
uma pequena flor no calçamento.

Uma flor é um ser tão delicado
e possui tanto perfume e beleza,
que fiquei muito triste e chocado
por ter cometido tamanha vileza.

Mas Deus em sua infinita bondade
me fez entender que a flor morreu
antes que a pisasse sem maldade,
por isto que para o chão ela correu.

A pequena flor, fiquei pensando,
cumpriu sua missão integralmente,
viveu perfumando e embelezando
um mundo que lhe era indiferente.



Lupércio Mundim




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Criado em 1º de Dezembro de 2009