Biografia


 
          Vilmar de Abreu Lassance nasceu em Niterói, Estado do Rio de Janeiro, em 24 de agosto de 1915.

• Segundo de oito filhos do casal Dr. Achilles Carreira Lassance e D. Magnólia de Abreu Lassance.

• Em 1921, seu pai foi nomeado Promotor em Carmo, no RJ, para onde a família se mudou.

• Nessa cidade, permaneceu até os 12 anos, quando voltou a Niterói.

• Ingressou no Colégio Brasil, na terceira série primária, ali permanecendo até fazer o exame de admissão, ocupando, sempre, o 1° lugar no quadro de honra do Colégio.

• Em 1931, foi transferido para o Liceu de Humanidades Nilo Peçanha, fazendo parte da primeira turma formada naquela Instituição.

• Ingressou na Faculdade Fluminense de Direito, em 1934, cursando até o 3° ano, quando, por questões financeiras, trancou a matrícula, indo trabalhar no Moinho Inglês como Office-boy.

• Somente em 1952 retornou à Faculdade, terminando o curso de Direito, em 1955, já casado com D. Ernestina Charlier Lassance, ocupando o cargo de Chefe de Serviço imobiliário do Instituto de Aposentadorias e Pensões dos Industriários, onde ingressou em 1943, por concurso público. Trabalhou, antes do concurso, no Colégio Pedro II e no Banco Comércio e Indústria de Minas Gerais.

• É pai de uma filha e avô de dois netos.

• Em 1967, tomou posse na Academia Fluminense de Letras, onde, ocupa a cadeira n° 13, patronímica de Casemiro de Abreu.

• Foi Vice Presidente desta Academia até 05/07/2009, data de seu falecimento.

• Publicou três livros de poesias: “Caleidoscópio”(1967), “Invocação a Deus”(1970) e “Momentos”(1986).

• Em 1965, fez uma exposição de poemas por ele ilustrados, onde figuram poesias de alguns de nossos maiores poetas, como Manoel Bandeira, Cassiano Ricardo, etc., que correu numerosos Municípios do Estado do Rio de Janeiro e no Museu Parreiras em Niterói.

• Figura nas antologias “37 Poetas Fluminenses”, “Os Melhores Poemas sobre Mãe” e “Água Escondida”(1994).

• Em 1966, foi o 1° classificado no concurso de Trovas sobre Niterói, com a Trova:

“A Igreja de São Lourenço
que o tempo jamais destrói,
é o marco, cheirando a incenso,
de onde nasceu Niterói.”

Esta trova foi gravada em bronze, e inaugurada, ao pé da Igreja de S. Lourenço dos Índios, pelo Prefeito Waldenir Bragança, onde permaneceu até a realização das obras no Santuário, no Governo de Jorge Roberto Silveira, quando foi retirada, tendo destino ignorado.

• Ainda em 1966, foi 1° lugar no Concurso de poesias da primeira Semana de Icaraí, com o Soneto “Festival de Cores”.

• Foi também pintor, tendo sido aluno do grande aquarelista Armando Leite.

• Em 1968, foi um dos fundadores do Lions Clube Niterói Fonseca, na qualidade de 1° Presidente.




Poesias


PARA MINHA FILHA


Dulce, querida, hoje o dia é teu!
Mais um ano de vida que agradeço
a Deus, por tudo aquilo que te deu:
és bela, inteligente e não tem preço

A generosidade com que o céu
te dotou, meu amor e eu não mereço
ter-te por filha, um prêmio por que eu,
de agradecer a Deus, jamais esqueço.

Tu és perfeita em tudo: és mãe perfeita,
és esposa modelo que se enfeita
com as virtudes de um amor profundo;

Amiga incomparável das amigas,
és para mim, por todo o amor que abrigas,
a filha mais perfeita deste mundo!

Com beijos de teu pai e amigo
Vilmar



DESCANSA, CORAÇÃO


Ausentei-me do amor - vou descansar.
Tudo cansa, afina, até o amor...
Dei demais, de mim mesmo, sem pensar,
e, agora, vou parar, para recompor

meu pobre coração que, sem cessar,
levou anos e anos num furor
de paixões, num querer sem fim, sem par,
num paroxismo que atingia à dor.

Hoje, vou descansar - fechei a porta
à última ilusão, ja quase morta,
que pretendia penetrar-me o peito:

disse "não", ao amor que retornou.
Ao amor que se foi e, hoje, voltou,
eu disse, num soluço: - "Não te aceito!"




ESPERA


Que horas são? Que importa?... já nao vem...
Quase dez...já não vem, tenho certeza!
Mas prometeu, que diabo, assim também...
Maria! Ponha esse jantar na mesa!

Vou jantar! Não espero mais ninguém!
Quem pensa, ela, que é?!...Só tem beleza...
De inteligência mesmo...nem vintém...
E, de dotes morais, é uma pobreza!

Tanta despesa e, agora...francamente!
Também...não quero vê-la nunca mais!
Nem que venha coberta de ouro em pó!

A campainha...Puxa! Que insistente!
Já vou! Quem é?...Querida!... Como vais?
Meu amor! Nunca mais me deixes só!




PRECE


Livra-me, Deus, de um dia, por acaso,
poder minh'alma, que é somente amor,
vir sequer, por minutos, a dar azo
ao menor sentimento de rancor.

Se o coração, do sentimento, é um vaso,
não permitas, Senhor, que o desamor
o conspurque, tornando-o inútil, raso
pra receber, do afeto, o real calor.

Permite que, no fim dos dias meus,
possa eu pensar que vou chegar, a Deus,
de alma despida de rancores vãos;

e que, ao pedires contas de meus dias,
ao invés de mostrar-te as mãos vazias,
haja amor a escorrer de minhas mãos!




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Criado em 1º de Dezembro de 2009