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Ferdinando da Silva Fernandes nasceu em Vila das Aves, no Norte de Portugal, e começou a escrever muito cedo, ao lado de seu Pai que fora um grande Poeta!
Como tudo tem uma razão de ser, ele aceitou a sedução pelas letras e pelo seu fascínio. Estudou Filosofia e formou-se em Contabilidade e Administração de Empresas.
Ingressou na R. F. A. há cerca de 40 anos como representante de um grande grupo de Imobiliárias o qual chefiou, em contato com vários bancos da Europa. Formou uma grande rede neste setor a qual ainda existe. No ano 2000 considerou-se realizado e, desta forma, pode abraçar mais forte o seu desejo pelas letras.
Nunca quis comercializar os seus trabalhos, pois os considera pedaços de si, e elos das suas mais ternas recordações. Ferdinando vive com sua esposa na cidade de Solingen, sua casa fica em um parque natural.
O resto já todos conhecem: SUA POESIA!
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INOLVIDÁVEL
No passeio da vida em fogo e esperança,
foste paisagem onde moram os desejos
como rios de palavras e de beijos
que rumorejam mundos de bonança.
Desabrochas-te no Sol do meu encanto
semeando o teu amor em minha vida
onde a tristeza chorava emudecida...
como o vento se lamenta em cada canto!
Aqueces hoje o meu cansaço arrefecido
como o destino controverso do sentido
de um passado, na fuga dos meus medos...
Desse tempo feito em loucas madrugadas
ficou um lamento em mágoas salgadas
onde cala a linguagem dos segredos.
PARA TI
Compus este poema para ti
com pedaços de dôr e solidão!
Rochedos de lágrimas que verti
ante o rir, da irónica ilusão.
Esse amor sincero que ofendi
numa vaidade feita de traição,
pensando que ganhava mas perdi
conforme a sentença da razão...
Sei que moro ainda no teu peito
e na mudez triste do teu leito,
respira cada noite uma saudade!...
Neste poema, triste em expressão
é o amor que pede o teu perdão
em porvir, com voz de eternidade.
EPÍSTOLA
Conheci-te no rondar dos meus sentidos
No desejo que aquecia as minhas veias,
Quando sorrias em gestos prometidos
Como o prazer das noites que semeias!
Pintavas o poente em beijos coloridos
No distante onde cantava uma sereia...
Ao espreitar os teus seios escondidos
O Sol invejava, o calor que te ateia!...
Nas tranças do tempo te escondes-te,
No leito de uma concha adormeces-te
Como as rosas adormecem no estio...
Quando escuto no distante a voz do vento
Fico a olhar o passado num lamento,
Como a serra espreita olhando o rio.
HIPOTECA
Somos caule que o tempo vai secando!
Hipoteca que nos prende em cada dia
Como juros que o tempo vai cavando,
Entardecendo o horizonte em fantasia...
Penhorados, somos rio caminhando
Sobre leito onde dorme a pedra fria
Leva os sonhos que vão fantasiando,
Em gemidos, no vento que fugia.
Tempos de sombra, em glória cansada
Filhos da mentira, na vida caminhada
No nada, onde o distante faz miragem
Haverá corpos chorando em cada canto
A hipoteca se vai rir, do nosso pranto...
Ao fazer da nossa vida uma passagem!
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