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Alberto Peyrano nasceu em Peyrano, vilarejo da província de Santa Fe na Argentina, na região do Pampa Húmido. Depois morou em Rosário (segunda cidade argentina em importância). Aí fez sua carreira de Psicólo. Em 1973 radicou-se na Capital Argentina, onde mora atualmente. Já em Buenos Aires, desenvolveu suas vocações de cantor, escritor e aperfeicionou-se na profissão, acrescendo-a com Astrologia e Terapia Floral.
Oferece shows de tango com seu grupo "OndaTango" e sempre publica seus poemas em jornais, na Net e em outros meios de divulgação. Está completamente dedicado ao ensino de Terapia Floral, Astrologia, Psicologia e às Artes. Adora língua portuguesa, música clásica, MPB, fado, tango, música grega e é um permanente estudoso da Sétima Arte.
Atualmente também colabora na Revista virtual "Estrellas Poéticas", no blog Notibar com notas e comentários sobre música clásica e filmes.
Obras publicadas: "A la luz del sol" (poemas), "Cancionero" (letras de músicas), "Gota de azabache" (poemas), "El habitante del silencio" (contos).
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VAMOS PARA A TARDE
Em lenta dança de luzes e cores
a chama atinge teus olhos,
veste-os de resplendores,
inaugura novas portas para tua alegria.
Derramam-se em teu sorriso
gemidos de mil prazeres
que ressoam em mananciais aromados
com magnólias diáfanas,
e me atinges teus dedos
enraizando em meu ombro
um chamado que só atina
a ficar quieto
povoando minha face
de vermelho amanhecer.
A luz do dia se anuncia
com seus clarins de gorjeios
e o pátio nos contempla
de um jasmim tresnoitado
que sonhou com nossa chama.
Vamos para a tarde…
Espera-nos seu quieto silêncio.
ÁGUA NA ALMA
Tradução para o português: Ógui Lourenço Mauri
Eu vi tuas lágrimas a correr por tuas bochechas
E essa água benta, que minha sede matou,
Chegou até minha boca num suspiro
E inundou meu coração.
Que felicidade sem fim senti naquele instante,
Quanto de ti passou à minha alma...
Um pássaro cantava no jardim
Sob a intensa chuva de teu amor.
Peguei tua mão e a fiz tocar meu rosto
E, oh, milagre!... de teus dedos
Brotaram rosas encarnadas
Que o orvalho de minhas lágrimas cobriu.
CORAÇÃO INDOMÁVEL
Tradução para o português: Marilena Trujillo
Em teu coração se fundem
O canto do centauro,
Que trota na floresta com seus cascos garbosos,
Olhando travesso o vazio da ninfa,
E a queixosa carícia de um rio inesgotável,
Barulhento e selvagem,
Inquieto e transbordante.
Oh, teu coração indomável...
Domá-lo eu queria com meus beijos,
Submetê-lo a carícias e sussuros,
Aquietá-lo à minha maneira,
Desfazer suas penas,
E cantar-lhe bem baixinho
Uma cena de “Hamlet”.
Se alguma vez o olhas
E o percebes,
Verás incorporado
O Fogo que o nutre,
Me verás a todo custo,
Pequenino e desconfiado,
Vigiando os solavancos
De teu sono intranquilo,
Azedando teus dias
De incontáveis martírios,
Esboçando em seu ritmo
Mil canções de amor.
Teu coração!...
Potro selvagem, rei benemérito,
Insone poeta que imagina mil versos,
Criança sozinha e muito terna
Que se nega aos beijos,
Ancião sábio que às vezes dá conselhos,
Mas... fogo!
Fogo!,
FOGO!
Como um sol primordial,
Inesgotável e quieto.
SABES QUE ME AMAS
Tradução para o português: Marilena Trujillo
Não rejeites, então,
Minha saudade e minha fome.
Volta teus passos
E me dá o coração.
Esperando estou,
Que tua alma inquieta
Recupere as atitudes
De tua menina adormecida
Que clama por ser vista
Sem saber que meus olhos
Há pouco tempo a viram.
Volta, menina minha,
E enfrentemos a noite
Que é tão nossa e longínqua.
Sabes que te amo
E tua majestade intensa
Considera vassalos
Os da minha idade,
Da minha raça
E não sabes nem entendes
Que o amor em meus olhos
Te prendeu a minhas entranhas
E é ali que não sabes
Que não segues reinando,
Que não segues mandando
Nos pobres vassalos
De teu reino de fumaça.
Baixa o cetro e aproxima
Teus lábios dos meus
E saberás novamente
De uma bela coroa
Que enfeitará tua fronte.
Sabes que me amas.
É tão surdo teu instinto?
É tão cego teu hoje?
É teu medo arraigado
Mais forte do que o amor?
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